• Resumo

    ANÁLISES COMPUTACIONAIS PREDITIVAS COMO UM NOVO BIOPODER: MODIFICAÇÕES DO TEMPO NA SOCIEDADE DOS SENSORES

    Data de publicação: 21/12/2018

    O objetivo deste artigo é analisar o surgimento dos mecanismos de análises preditivas associados ao big data. Primeiro, apresentamos uma introdução ao conceito de “sociedade dos sensores”, que viabiliza a coleta de grandes quantidades de dados constantemente. Estes dados são o fundamento dos algoritmos de análises preditivas, sendo problemáticos para o direito, pois tais análises possibilitam que seres humanos sejam categorizados com base nos resultados de um conjunto complexo de algoritmos que não podem ser explicados de modo tradicional. Por fim, retomamos ao conceito de biopoder de Foucault, argumentando que se trata de um modelo útil para pensar o poder no cenário exposto, desde que devidamente atualizado. Concluímos que o biopoder agora é híbrido, vez que congrega uma diversidade enorme de tecnologias, sempre com a finalidade de identificar e rastrear indivíduos e grupos, bem como criar modelos preditivos de comportamento e risco.

  • Referências

    ANDREJEVIC, Mark; BURDON, Mark. Defining the Sensor Society. Television & New Media, 16, n. 1, jan. 2015. 19-36. DOI: 10.1177/1527476414541552.

    ANDREJEVIC, Mark; GATES, Kelly. Big data Surveillance: Introduction. Surveillance & Society, Kingston, 2, n. 12, 2014. 185-196.

    BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. 239 p.

    BOGARD, William. Surveillance assemblages and lines of flight. In: LYON, Ddavid. Theorizing surveillance: the panopticon and beyond. Cullompton: Willan Publishing, 2006. p. 97-122.

    BOGARD, William. Simulation and post-panopticism. In: BALL, Kirsten; HAGGERTY, Kevin; LYON, David. Routledge Handbook of Surveillance Studies. New York: Routledge, 2012. p. 30-37.

    CEYHAN, Ayse. Surveillance as biopower. In: BALL, Kirsten; HAGGERTY, Kevin; LYON. Routledge handbook of surveillance studies. New York: [s.n.], 2012. p. 38-45.

    DELEUZE, Gilles. Post-scriptum sobre as sociedades de controle. In: DELEUZE, Gilles. Conversações. Tradução de Peter Pál Pelbart. São Paulo: 34, 1992. p. 219-226.

    ELMER, Greg; OPEL, Andy. Pre-empting panoptic surveillance: surviving the inevitable war on terror. In: LYON, David. Theorizing Surveillance: The panopticon and beyond. Cullompton: Willan Publishing, 2006. p. 139-160.

    ESPOSTI, Sara Degli. When big data meets dataveillance: The hidden side of analytics. Surveillance & Society, Kingston, 2, n. 12, 2012. 209-225.

    FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Tradução de Meria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 13. ed. Rio de Janeiro: Graal, v. 1, 1998. 152 p.

    FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. 20. ed. Petrópolis: Vozes, 1999. 262 p.

    FOUCAULT, Michel. Segurança Território, População: Curso dado no Collège de France (1997-1978). Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008. 572 p.

    GANDY JR., Oscar. Statistical surveillance: Remote sensing in the digital age. In: BALL, Kirsten; HAGGERTY, Kevin; LYON. Routledge Handbook of Surveillance Studies. London: Routledge, 2012. p. 125-132.

    GRAHAM, Stephen. Cities under siege: the new military urbanism. London: Verso, 2010. 402 p.

    HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Globalization as Empire. In: HELD, David; MCGREW, Anthony. The Global Transformations Reader: An Introduction to the Globalizing Debate. 2. ed. Cambridge: Polity, 2003. p. 116-119.

    JACOB NETO, Elias. Vigilância ou surveillance? Proposta para começar a compreender corretamente este fenômeno. Revista dos Tribunais, São Paulo, v. 939, 2014, p. 159-182.

    KOSINSKI, Michal; STILLWELL, David; GRAEPEL, Thore. Private traits and attributes are predictable from digital records of human behavior. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 110, n. 15, 9 abr. 2013. 5802-5805.

    KRAMERA, Adam; GUILLORY, Jamie; HANCOCK, Jeffrey. Experimental evidence of massive-scale emotional contagion through social networks. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 2 jun. 2014. 8788-8790.

    LANE, Nicholas et al. MoodScope: building a mood sensor from smartphone usage patterns. Proceeding of the 11th annual international conference on Mobile systems, applications, and services. New York: ACM. 2013. p. 389-402.

    LI RIU et al. Six Novel Susceptibility Loci for Early-Onset Androgenetic Alopecia and Their Unexpected Association with Common Diseases. PLoS Genetics, San Francisco, v. 2, n. 5. DOI: 10.1371/journal.pgen.1002746

    LYON, David. Surveillance Studies: An Overview. Cambridge: Polity, 2007. 243 p.

    LYON, David. Surveillance, Snowden, and Big data : Capacities, consequences, critique. Big data & Society, 1, n. 2, Jul. 2014. 1-13. DOI: 10.1177/2053951714541861.

    SALTER, Mark. The global visa regime and the political technologies of the international self: borders, bodies, biopolitics. Alternatives, 31, n. 2, abr. 2006. 167-189. DOI: 10.1177/030437540603100203.

    SUNSTEIN, Cass. Infotopia: How Many Minds Produce Knowledge. New York: Oxford University Press, 2006. 273 p.

Novos Estudos Jurí­dicos

A revista Novos Estudo Jurídicos (NEJ), Qualis A1 Direito, é um periódico científico quadrimestral, com publicações ininterruptas desde 1995, nos meses de Abril, Agosto e Dezembro. Sua missão é promover o aprimoramento dos estudos na área do Direito, especialmente nas seguintes linhas: “Constitucionalismo e Produção do Direito”, “Direito, Jurisdição e Inteligência Artificial” e “Direito Ambiental, Transnacionalidade e Sustentabilidade”.

A NEJ é um dos periódicos científicos da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e está vinculado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI (conceito CAPES 6), cursos de Mestrado e Doutorado.

O periódico oferece acesso livre e imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento. 

A visão da revista Novos Estudo Jurídicos (NEJ) consiste na publicação de artigos e relatos de pesquisas inéditos de autoria de docentes, discentes e pesquisadores, estimulando os debates críticos e éticos sobre assuntos relacionados aos temas que compõem sua Linha Editorial.

Access journal