A MEDIAÇÃO COMO FORMA DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: UMA ABORDAGEM APLICADA DO PENSAMENTO DE HANNAH ARENDT

Autores

  • Jovina d’Avila Bordoni Universidade de Fortaleza (Unifor)
  • Natercia Sampaio Siqueira Universidade de Fortaleza (Unifor)

DOI:

https://doi.org/10.14210/nej.v24n1.p53-74

Palavras-chave:

Epistemologia do diálogo, Mediação, Resolução de conflitos, Pessoa e amizade, Hannah Arendt.

Resumo

O estudo aborda a mediação como instrumento de resolução dos con-
flitos. Busca-se repensar a relação entre os indivíduos e a forma de solução dos seus conflitos, por meio da mediação, com base nos conceitos e nas discussões de Hannah Arendt sobre política, cidadania e amizade. Ao assim proceder, arguise que a prática dialógica é condição para que se seja pessoa com igual dignidade a qualquer outra, para, em momento posterior, se ponderar que a tecnologia do diálogo, em vez da descoberta da verdade, é a prática epistemológica mais adequada à democracia. Conclui-se, ao final, que a mediação se constitui em prática capaz de proporcionar a emancipação das pessoas dentro da sociedade, pois garante a voluntariedade e resgata a comunicação entre os conflitantes, configurando-se como prática democrática capaz de restabelecer o equilíbrio e a paz social. A metodologia utilizada no estudo é descritiva e analítica, desenvolvida por meio de pesquisa bibliográfica.

Referências

ALDENUCCI, Lidercy Prestes. Mediação de conflitos familiares. In: BRAGA Neto, Adolfo; SALES; Lília Mais de Morais (Org.). Aspectos atuais sobre a mediação e outros métodos extra e judiciais de Resolução de conflitos. Rio de Janeiro: GZ Ed., 2012.

ARENDT, Hannah. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense, 2010. ARENDT, Hannah. A promessa da política. Trad. Pedro Jorgensen Jr. 5. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2013.

ARENDT, Hannah. A vida do espírito: o pensar, o querer, o julgar. Trad. Cesar Augusto R. de Almeida, Antônio Abranches e Helena Franco Martins. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

ARENDT, Hannah. Homens em tempos sombrios. Trad. Denise Bottimann São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. São Paulo: Companhia de Bolso, 2012.

ARENDT, Hannah. Sobre a violência. Trad. André de Macedo Duarte. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

BRAGA Neto, Adolfo; SALES; Lília Mais de Morais. A mediação de conflitos no contexto comunitário. In: BRAGA Neto, Adolfo; SALES; Lília Mais de Morais (Org,). Aspectos atuais sobre a mediação e outros métodos extra e judiciais de Resolução de conflitos. Rio de Janeiro: GZ Ed., 2012.

C.P.J.I. Affaire des concessions mavrommatis em palestine.Haia, 30 de Agosto de 1924. Disponível em: https://www.icj-cij.org/files/permanent-court-of-international-justice/ serie_A/A_02/06_Mavrommatis_en_Palestine_Arret.pdf.

DEUTSCH, Morton. The resolution of conflict: constructive and destructive processes. New York: New Haven and London: Yale University, 1973.

FISHER, Roger; SHAPIRO, Daniel. Além da razão: a força da emoção na solução de conflitos. Tradução: Arão Sapiro. Rio de Janeiro: Imago, 2009.

FISHER, Roger; URY, William; PATTON, Bruce.Como chegar ao sim: negociação de acordos sem concessões. Tradução: Vera Ribeiro e Ana Luíza Borges. 2. ed. Rio de Janeiro: Imago, 2005.

GODINHO, Thiago José Zanini. A decisão do estado em recorrer a uma solução jurisdicional de suas controvérsias. Revista da Faculdade de Direito da UFMG, Belo Horizonte, n. 52, p. 355-384, jan/jun.2008, p. 366.

LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: Um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

PERELMAN, Chaïm. Lógica jurídica. Tradução de Virgínia K. Pupi. Sâo Paulo: Martins Fontes, 1999. SALES, Lília Maia de Morais. A mediação de conflitos: família, escola e comunidade. Florianópolis: Conceito Editorial, 2007.

SALES, Lília Maia de Morais. A mediação de conflitos e a paz social. In: SALES, Lília Maia de Morais (Org.). Estudos sobre mediação e arbitragem. Rio – São Paulo - Fortaleza: ABC, 2003. p.130-244

SALES, Lília Maia de Morais. Justiça e mediação de conflitos. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.

SPENGLER, Fabiana Marion. A fraternidade como base política da mediação de conflitos. Revista Novos Estudos Jurídicos - eletrônica, n. 1, v. 20 - jan./abr. 2015. Disponível em: . Acesso em: 10 nov. 2016.

SPENGLER, Fabiana Marion. Mediação e alteridade: a necessidade de “inovações comunicativas” para lidar com a atual (des)ordem conflitiva. In: SPENGLER, Fabiana Marion; LUCAS, Douglas Cesar (Org). Justiça restaurativa e mediação: políticas públicas de tratamento dos conflitos sociais. Ijuí: Unijuí, 2011. p. 201-241.

SUARES, Marinés. Mediación en la argentina. In: BRAGA Neto, Adolfo; SALES; Lília Mais de Morais (Org.). Aspectos atuais sobre a mediação e outros métodos extra e judiciais de Resolução de conflitos. Rio de Janeiro: GZ Ed., 2012.

URY, William.Chegando à paz: resolvendo conflitos em casa, no trabalho e no dia a dia.Trad. Jussara Simões. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

VEZZULLA, Juan Carlos. Teoria prática da mediação. Curitiba: Instituto de Mediação e Arbitragem do Brasil, 1998.

WARAT, Luís Alberto. O ofício do mediador. Florianópolis: Habitus, 2004.

Downloads

Publicado

2019-04-18

Como Citar

BORDONI, J. d’Avila; SIQUEIRA, N. S. A MEDIAÇÃO COMO FORMA DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: UMA ABORDAGEM APLICADA DO PENSAMENTO DE HANNAH ARENDT. Novos Estudos Jurí­dicos, Itajaí­ (SC), v. 24, n. 1, p. 53–74, 2019. DOI: 10.14210/nej.v24n1.p53-74. Disponível em: https://periodicos.univali.br/index.php/nej/article/view/14174. Acesso em: 24 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos